Vivemos uma nova era no que respeita à informação, vivemos na sociedade digital e já não na era de MacLuhan , a que se chamava a sociedade da informação de massas.
A era de MacLuahan, composta por diversos conceitos que hoje foram repensados, ajustam-se à evolução dos meios, caracterizava-se pelos Mass Media, onde os meios analógicos marcavam presença.
Após o Boom da Internet, tudo e todos se ajustaram e adaptaram-se, para poder acompanhar uma nova era, que é a dos New Media.
Lev Manovich, define New Media como tudo o que é criado em computador para distribuir; tudo o que é convergido como elementos de comunicação para serem utilizados e que podem ser seleccionados; os New Media são dados digitais controlados por software; são objectos culturais distintos com uma gramática própria.
O conceito de Representação Numérica, de Manovich, coloca uma separação clara entre analógico e digital. Diz que, a representação numérica implica que os New Media estejam sujeitos a algoritmos; os media tornam-se programáveis, o que leva à customização.
Mas antes é necessário fazer uma analogia, entre o meio digital e o meio analógico, que Lawrence Shum caracteriza.
Entre o meio analógico e o meio digital existem diferenças, nomeadamente, a forma como a informação pode ser armazenada, transmitida e editada.
O meio digital é constituído por um código binário. O computador codifica e descodifica os códigos, transformando-os em palavras, que por sua vez podem ser utilizadas em diversos meios, com percepções diferentes.
Uma das grandes diferenças entre o analógico e o digital, é o facto de, as cópias à medida que vão sendo feitas em maior número, vão perdendo qualidade, e a última já muitas vezes não se aproxima do original. Como exemplo, a cassete, depois de cinco cópias, os sons originais, já não se percebem e estão distorcidos. A este exemplo, corresponde a menor durabilidade do suporte, em contrapartida, no meio digital isso não acontece. Os dados podem ser constantemente copiados de suporte para suporte e, não perdem qualidade em relação ao conteúdo inicial. Logo, há uma maior durabilidade do suporte.
Menor volatilidade da informação significa que, no analógico a informação só pode ser destruída através de uma acção física, enquanto que, no digital, os vírus, os bugs e às vezes um erro, pode destruir toda a informação.
“O digital é moldável, maleável.” Ou seja, uma música, um filme ou uma imagem, depois de serem processados, podem sofrer alterações e no final, não se reconhecer a informação inicial. No analógico isto não é possível. Pode-se alterar alguns elementos, mas origina “degradação de qualidade (…)”
(Torres e Bairon, Cibertextualidades 2003 p.133)
O meio digital é interactivo, permite a criação colectiva, a partilha, a que obriga ao desenvolvimento de um novo alfabeto, uma nova linguagem e a repensar a informação.
Então, verificamos que, o meio digital é possuidor de conversão, a informação é convertida em números e, o meio analógico de transcrição, apenas de um material físico para outro.
Na digitalização verificamos que o consumidor é produtor de conteúdos, isso deve-se, à criação e manipulação de ferramentas de sons e imagens, como à performance dos computadores, cada vez mais são evoluídos e têm funcionalidades, jamais pensadas na era da Comunicação de Massas.
Após esta introdução do analógico vs digital que julguei sei necessária, para descrever a primeira parte das imagens, o ponto-chave do vídeo Information R/evolution, é a partilha, a interactividade, uma nova cultura que foi criada, uma nova linguagem…
Henry Jenkins, aborda uma nova forma de alfabetização, uma nova linguagem a quem ele dá o nome de New Media Literacy, que pressupõe todas as maneiras como as pessoas comunicam umas com as outras, tendo como base uma única linguagem. A linguagem da Web, hoje em dia, é aplicada em diversos contextos e, qualquer um que utilize este meio deve entender o seu significado, se não acontecer dificilmente consegue interagir com outros cibernautas e mesmo até com o mundo.
Independentemente da mudança de plataforma, os jovens aprendem e constroem com as redes sociais, são novos meios de socializar, o que pode levar os mais velhos a utilizar esta nova plataforma, por influência dos mais jovens.
Jenkins define onze competências para melhor compreender esta nova linguagem, mas associa também a nova sociedade, se é que pode-se chamar assim, à Cultura Participativa, sendo uma Juventude Digital.
A deficinição de Play, Performance, Simulação, Apropriação, Multitaskig, Cognição Distribuída, Inteligência Colectiva, Julgamento, Navegação Trans-Mediática, Networking e Negociação, são de extrema importância para se perceber o que se passa actualmente na Web.
Cultura Participativa relaciona-se com Inteligência Colectiva na medida em que, a criação de conteúdos é interactiva, ou seja, tudo o que é criado em resposta a comentários dos outros, pode haver uma remodelação, num processo contínuo de inovação.
A Wikipédia (como se vê no vídeo), trata-se de uma autoria colectiva, onde se coloca conhecimentos que todos podem ver e complementar. Qualquer informação que é colocada, pode ter vários autores e partilhada.
Como consequência, existe uma ética da informação como a “obrigação” de partilhar conhecimentos em grupo, de respeitar a crítica e difundir novas formas de conhecimento.
Assiste-se assim, a uma evolução de um novo paradigma da informação, muito mais robusto, onde os grupos que desenvolvem conteúdos, podem resolver problemas que por um indivíduo é muito mais complexo.
O pilar de uma Cultura Participativa, são aqueles que se adaptaram a esta nova sociedade e, nela podemos incluir os jovens, porque interagem de forma mais natural, inserindo-se mais rapidamente do que as outras gerações. Os jovens são motivados por interesses em comum e tentam aprender uns com os outros. Como exemplo, temos os Jogos de Vídeo, o Facebook, o que lhes permite partilhar ideias, gostos, vivências e conhecimentos. Contudo, há sempre excepções, existem sempre aqueles que não se adaptam à era digital, logo não são possuidores da nova linguagem, isto acontece por motivos que muitas vezes se desconhece, mas geralmente porque não foram motivados a participar. O que leva à Info-exclusão (total ou parcial desconhecimento dos meios digitais, inadaptação ou incapacidade de aprender conceitos que derivam da nova alfabetização cibernauta).
Para concluir, uma característica importante das novas estruturas sociais, é que os participantes podem ser do mundo, não é por questões geográficas que não podem participar na rede, têm que partilhar gostos e ideias comuns.
A nova alfabetização, permite a participação nas comunidades que surgiram dentro de uma sociedade em rede; permite aos estudantes explorar novas ferramentas de simulação, os aparelhos de informação e redes sociais, facilitam a troca de informações entre as diversas comunidades e, a capacidade de mover-se facilmente entre diferentes plataformas dos media e redes sociais.
Pierre Levy diz que numa sociedade em rede ninguém sabe tudo, mas toda a gente sabe alguma coisa e, que qualquer membro da comunidade está disponível para o grupo como um todo.
Gisela Joana Nunes - 24927
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